sexta-feira, 26 de novembro de 2010

VENHA VER O PÔR DO SOL

(Adaptação do conto de Lygia Fagundes Telles)



Mariana  moça  bonita, esbelta, alva , calelos aloirados meio  tímida de família de  parcos  recursos. Ricardo  rapaz bonito, pobre, trabalhava  apenas para o sustento , morava numa  casa bem  simples com sua família.  Os  dois  namoravam  já há algum  tempo. Mariana  resolveu pôr um ponto final no romance deles. Mas Ricardo nem ligou muito  porque era de praxe Mariana fazer isto.  Mas desta vez ela  foi longe demais. Começou a namorar  um  rapaz de  nome  Otávio. Este  sim, dizia ela, é  rico, tem casa própria. O namoro foi se prolongando até  que  um  dia eles  se-casaram. Ricardo  soube do casamento, ficou  muito aborrecido com aquilo. Retraiu-se  em  seu  canto, por  algum  tempo pois não se conformava  com aquela idéia do  casamento de Mariana ,  mas voltou com sua  vida normal. Um dia Ricardo telefona para Mariana e pede a  ela  para  se  encontrarem pelo menos mais uma  vez. Mariana ficou  atônita ao receber tal telefonema. Mas  como Ricardo?  Meu marido  me  controla  demais,  não me dá folga e além disso  é muito  ciumento!  Mas , Mariana, disse  ele,__  só  mais  uma vez,  ninguém  irá perceber  nada! Mariana  concordou, é  lógico, pois ela  ainda  gostava  de Ricardo.  Pronto, já sei.  Depois de  amanhã às quinze  horas .  Não  posso  demorar  porque o Otávio chega às  dezenove horas e tenho  que  preparar o jantar  para  ele  ainda; se  bem  que já está um pouco  adiantado .No dia  marcado  Mariana se veste  elegantemente, sapatos  de salto alto, calçou luvas e colocou  um chapéu muito chic.  Estava deslumbrante! Linda!  Ela  foi  de táxi  para que ninguém  percebesse  como ela  estava  vestida. Aliás  ela vestiu-se para o  amor  da  vida  dela. Descendo  do táxi,  logo  avistou Ricardo  à  sua  espera. Deu uma  tremedeira  nele que quase não  se  controlava. __Nossssaaa! Como você  está  linda!  Pra  que  tudo  isto?  Nós só  vamos   ver  o pôr  do sol! __ Me  vesti  assim para você, Rodrigo , pois  merece.  E  Rodrigo:__ Veja só como  estou!!  Muito  simples para  acompanhar  você, não  acha? Que  nada , disse  ela,  você  fica  bonito  de  qualquer  jeito!Começaram a caminhar por  uma rua  sem asfalto  e , para piorar, havia  chovido  naquela  manhã , os sapatos dela ficaram  atolados no barro. Ela  tirou-os e continuaram  caminhando  lado  a  lado. Está  feliz  no  casamento, perguntou  Ricardo. Mais  ou  menos, disse Mariana um  pouco  confusa. __Ele me  dá  de tudo!... ___É , só  não  muito  carinho  e  atenção, disse  ele.  Ricardo, enquanto  caminhava,  fumava um  cigarro  atrás  do outro. Acendia o próximo  cigarro  com  a  bituca do  anterior , ainda  aceso. Quando  ele  jogava  a bituca de cigarro no chão, esmagava-a com tanta violência que era  assustadora. Ele  estava  impaciente. __Já andamos muito, Ricardo, meus pés estão  doendo  demais, disse Mariana já  preocupada.__Onde  vamos? Já está  muito  distante  da cidade! Os  sons de crianças brincando  de  roda ,  meninos  jogando bola  e outras crianças  cantando iam-se  distanciando cada  vez  mais até  não mais ouvir som  algum.  Pronto!  É  aqui.  É  aqui  o  quê, disse  Mariana. ___É  aqui  que vamos ver o pôr do sol que você  jamais  viu, Mariana! __ Mas  Ricardo  isto  aqui é  um cemitério! __ É, disse  Ricardo. Aqui  estão  enterrados  meus  antepassados. Ele  abriu   o  jazigo, adentrou-se  nele  e pediu  a ela  que entrasse  também . Ela  não  gostou muito  da  idéia   mas  acabou adentrando-se.__Venha  ver Mariana onde minha prima  está  enterrada. Ela tinha a mesma  idade  minha. Morreu há uns dez anos. Nós  tivemos um namorinho rápido,  namoro  de  criança! Ninguém  mais visita  este  cemitério , ficou  abandonado. Veja  só  tem até  teias de aranha dentro, nos  túmulos! Somente as  trepadeiras  que  resistem ao  sol forte é  que  ainda  estão  aqui  enfeitando-o. Ricardo  deu um jeito  de ir  mais ao fundo  do  jazigo a fim  de mostrar  a  ela  a gaveta onde  estaria  enterrada  a  prima dele. Mariana, meio  com  medo  foi junto com ele pois confiava-no.  Ricardo , esta  aqui não é sua  prima!!  A  idade não  bate com  a  sua!  Noossaaa!... Ela tem  mais  de  cem  anos!!! __Você  deve  ter visto errado!  E,  enquanto ela  se  distraía   olhando  os  enterrados  ali,  Ricardo, sorrateiramente,  chegou até ao  portão  do  jazigo, saiu  dele  sem  que Mariana  percebesse. Já  do  lado  de  fora , Ricardo ,   fechou o  jazigo com um  cadeado novo que ele  havia comprado , uma  semana antes para  este  dia. Quando Mariana percebeu  que  ele  estava do  lado de fora,  saiu  correndo  puxou  o  portão e:__ Rodrigo,   pare  com esta  brincadeira  porque  eu  tenho medo. Rodrigo  só  olhando   o  jeito  dela. __ Rodrigo  abra o  portão  ,  por  favor?  Pare  com isso  já  te  falei ?!  Rodrigo  foi  afastando-se  e ela começou  a  gritar:  __Rodrigo,  venha  logo, pare  com isto, eu tenho medo ?!! __ Marianaaaa,  daí  dá  pra  você  ver  o mais lindo  pôr  do  soool.  Rodrigo  começou  a  ouvir  novamente sons  de  crianças cantando ,  meninos  jogando  bola e  os barulhos típicos da  cidade .

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

R E F L E XÃ O

             "Não eduque uma criança  para  vencer  na  vida.  Eduque-a  para  ser  feliz. Desta  forma  ela  aprenderá  o  valor  das  coisas  e  não  o  preço".


      (autor  desconhecido)

F I L H O S

"Os  filhos  não  são  nossos  filhos.  São de  Deus.  ELE  confiou , usou  os pais como  lanças ao  mundo  para  criá-los  , educá-los  para  Ele".


               " Kalil  Gilbran"
   

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

MAL ENTENDIDO (adaptação)

Dois  garotos  brincavam  na areia da praia. Um era branco, bem alvo,  cabelos loiros se chamava Guilherme e estava acompanhado pela sua babá.  O outro, Paulinho, tinha cabelos bem encaracolados, pele negra , bem retinto,  mas de uns dentes inesplicavelmente  brancos . Estavam jogando bola  pois ali, na areia igualitária, eles poderiam jogar bola. Guilherme   não tinha tanta habilidade quanto Paulinho pois este era um menino criado desde a mais  tenra idade  pelas  ruas vendendo amendoins  para ajudar  no orçamento de casa.  Garoto esperto!  Driblava  uma  bola como quiabo, escorregava o pé ao  redor dela  de causar  inveja a qualquer um. Guilherme morava em condomínio  fechado , tinha de tudo  que quisesse.Vendo que Paulinho se sobressaía em suas habilidades com a bola, Guilherme encontrou  uma solução para se sentir superior.  Ele  não aguentava mais. Sentiu-se  humilhado , imaginou ele,  por um  garoto de rua ser superior a ele. Tá  aí.  Guilherme resolveu  humilhá-lo o mais que possível e começou a interrogá-lo:   Você tem casa grande?_ Não, moro num barraco pequeno, respondeu ele . Paulinho  sentiu-se o menor menino da vila.__Na sua casa tem tapete? _Não!  __ Na  minha casa tem, até no quarto  da empregada! Paulinho  sentiu-se o menor menino do bairro. E Guilherme continuou com o interrogatório: Na sua casa  tem energia  elétrica? __O quê?  perguntou Paulinho. __ Luz  elétricaaa...,  retrucou Guilherme já  nervoso. __ Não! Tem um  fio que meu  pai puxou de um poste , colocou uma  lâmpada  dentro  de  casa e ele fala que   é  gato,  sei  lá não entendo bem disso. __Na minha casa  tem , até no jardim! Paulinho  sentiu-se o menor menino da cidade!__ Seu  pai  tem  carro? __Não, respondeu Paulinho. ___Meu  pai  tem quatro: uma  camioneta cabine dupla para irmos à praia ,um citroen para me levar à escola , um rolls-royce para  passear e uma van para visitar  as  fazendas. Paulinho  sentiu-se o menor menino do estado.__Na  sua  casa tem  televisão? __Não!  __Na  minha tem dez. Paulinho  sentiu-se  o menor menino do Brasil! E as perguntas  continuaram  e  Paulinho  não estava  entendendo mais nada e para todos os efeitos   ele só falava que não  pra tudo. Guilherme  foi  interrogando, interrogando e Paulinho quieto...só balançava  a  cabeça ... não, não, não. Paulinho sentiu-se o menor menino do planeta. Por  fim ,  Guilherme  perguntou  a  ele:  Seu pai  é  deputado?  __Não  sei o que isto. __Seu pai sai nos  jornais?  Ah!... aí  Paulinho estufou  o peito com orgulho,  tirou  do bolso do  seu calção  um pedaço  de jornal , todo  amassado ,mostrou a ele  e disse: __Aha!... essa  você não me pega!!... tá  pensando que é só  teu  pai  que  é  ladrão?   


(Texto adaptado, não me  recordo quem é o autor- Livro de Douglas Tuffano )

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

FLOQUINHOS QUENTES

Está chegando  a data máxima da cristandade. O Natal. Para uns é apenas mais um dia para embebedarem-se, para outros é reunião de família, para outros e uma obrigação de se comemorar o dia de Natal. Bom, seja lá os motivos  que comemorem  que tal vocês fazerem esta brincadeira quanto estiver terminando a ceia de Natal e brindarem as pessoas com floquinhos quentes? Funciona, é muito emocionante  e garanto a vocês que por durante décadas as pessoas que estiverem presentes neste dia irão lembrar-se dos floquinhos quentes. É  ótimo em dia de amigo secreto , reunião de trabalho em final de ano, entre os professores quando do  encerramento do ano letivo , etc...Então vamos lá , passo a passo: 


1  -  Você precisará ter uma  pessoa de sua confiança que irá te ajudar(cùmplice)

2  - Uns dois dias antes da ceia, ou confraternização entre amigos, você escreverá em pedaços de cartolina, de  qualquer cor,  poderá ser de cores variadas, frases chamativas como:   

a ) você sabe o que são floquinhos  quentes ?    
b ) Hum!!! floquinhos quentes é uma delícia!!!                                                                                                                                                                              c)  venha experimentar um!
d)  tenho certeza que você irá gostar...
e ) os floquinhos quentes estão bem pretinho de você!!
f )  você  não  viu nenhum ainda? que pena!       (aí depende de sua  criatividade)

       Só que vocè não poderá colocá los todos  num só dia. Cada dia são frases diferentes. Porisso que disse que você terá que ter um  ajudante confiável  para ir trocando  as cartolinas.  Ninguém poderá saber quem está trocando os papéis das paredes ou murais ou onde houver possibilidade de afixá-los.

      3  - Ninguém poderá saber que é você quem está providenciando os floquinhos quentes. Apenas uma e, só uma pessoa poderá saber (de sua confiança que o  seu  ajudante)  para que tudo saia certo.

     4  - Você terá que providenciar ,  de acordo com o número de pessoas que estarão presentes neste dia,
       bolinhas de algodão, de preferência branca.

      5  - Uma caixa ,  revestida com papel de presente para colocar as bolas de algodão  dentro.

      6  - Depois de colocar as bolinhas de algodão dentro da mesma, amarrar esta caixa com uma fita como se fosse  para presente e guardá-la  em lugar bem seguro que ninguém saiba, somente você e o seu ajudante
podem saber.

Quase terminando a confraternizãção você, sutilmente, pega esta caixa com a bolinhas de algodão, deixa-a  ao seu lado, de preferência  com o seu cúmplice e com jeitinho peça licença ao pessoal para uma palavrinha.
Então  você começa assim: 




Na Grécia  antiga  havia uma aldeia  em  que  as pessoas que viviam ali eram muito felizes. Não havia doenças, pobreza, todos os vizinhos eram amigos . Eles colocavam cadeiras nas calçadas para  comversar pois não haviam intrigas entre eles, Não havendo doenças ,consequentemente , não haviam mortes naquela aldeia. Era um Paraiso . Marido e  esposa nunca discutiam a não ser sobre os filhos como estavam indo com os deveres escolares. Nunca faltavam alimentos  para as  famílias. As crianças iam  e  vinham  brincando da escola. Sabem  por quê?  E  que  todos da  aldeia usavam floquinhos quantes. ( Atenção: agora   você poderá   incrementar coisas boas, agradáveis, se quiser) Uns  trocavam com os outros floquinhos quentes.
Um certo dia apareceu uma  senhora bem  vestida  na  aldeia e , adentrando num bar , ofereceu às pessoas  que estavam "espetinhos  frios". Então ela disse: Comprem espetinhos  frios, eles vão lhes trazer muito dinheiro,vocês irão ficar ricos!!!  Experimentem!! Houve  uma certa rejeição entre as pessoas para adquirir os tais espetinhos frios.  Mas alguma pessoas (homens) acabaram comprando alguns. Daí por diante não é que começaram sentir diferença mesmo. Diferença no salário (subiu), alguns subiram de cargo na empresa que trabalhavam e daí por diante. Os que compraram os espetinhos frios espalharam aos amigos que realmente  eles eram bons mesmo. Muita gente comprou e  guardou em casa espetinhos frios. Mas... juntamente com estes vieram  as desavenças em casa, os vizinhos não se entendiam mais, as crianças começaram a ficar rebeldes tanto na escola como em casa com seus irmãos e pais. Começaram a haver mortes  no seio familiar. A aldeia ficou um caos com a chegada dos epetinhos frios. Certo dia dois irmãos, vindo da escola, sentaram-se em um  banco de praça e cabisbaixos conversavam choramingando. Foi aí então que que um casal de idosos aproximou-se deles e perguntou a eles: por quê vocês estão tristes e chorando ? Foi então que um deles disse que não tinha vontade nenhuma de  ir para casa pois não havia comida lá. Além disso uma irmazinha deles havia falecido por contrair uma desidratação grave. O pai deles havia ido embora de casa também. Ele fora morar com outra mulher e tinha deixado eles. Tudo estava triste lá. Sem o pai, a  irmãzinha!!  Foi aí então que a  senhora enfiou  a mão numa sacola  e disse lhes: tome isso, leve pra casa que tudo vai melhorar. Não chore mais. Quando um dos meninos viu aquilo ficou com os olhos estatelados ....noosssaaaa, olha !!!! Nós tínhamos isto lá em casa!!! Onde será que eles estão?! Quando eles estavam, em casa  ninguém ficava doente, você tá lembrado? Ah! agora  sei!  Foi só o pai levar o tal de espetinho frio que tudo começou a ficar ruim pra nós, não é? Um deles  levantou-se rapidamente do banco, saiu correndo pra casa e chegando lá foi logo mostrando pra mãe o que o casal lhes dera. A mãe ficou atônita. É mesmo!!! Quando nós tínhamos isto em casa não havia tanta desgraça como agora! Vamos, vamos procurar onde eles estão...vasculham por toda casa pra ver se encontramos alguns.E dito e feito. Encontraram alguns floquinhos quentes . Os meninos e a mãe deles foram pela vizinhança onde também estavam tristes e levaram alguns para as pessoas . Daí por diante foram espalhando novamente os floquinhos quentes e pelo menos  uma boa parcela do povoado voltou a ser feliz. Existiram muitos que não quseram aceitar os  floquinhos quentes.Preferiram ficar com os espetinhos frios mesmo.  O povo da aldeia teve que aprender a conviver com os floquuinhos quentes e os espetinhos frios . ou seja : o bem e o mal.  Daquela  mulher que trouxe os espetinhos frios ninguém mais a viu  naquela aldeia.




      7 - Após contar esta  história com bastante ênfase, (a caixa com as bolinhas de algodão deverá estar  próxima a você) você diz:  Bom  eu trouxe  alguns floquinhos quentes aqui , vamos ver........, será que vai dar pra todos   que estão presentes aqui  hoje?  Hum..... Abra  a caixa, e hum....acho que vai dar sim.... sai por entre as pessoas  e comece a distribuí-los .  Entregue um para cada um e peça que eles troquem entre si , se abraçam e dai por diante vai entregando e as pessoas continuando trocando e  abranando umas às outras os floquinhos quentes . Peça  a  eles que levem os floquinhos para os vizinhos ,  para os  parentes    também.  Finalmente, você  encerra dizendo :  Gente ,  nós  temos que acostumar com o bem e o mal,  os espetinhos  frios e  os  floquinhos quentes mas...... que o bem  deverá prevalecer  sempre.

domingo, 7 de novembro de 2010

O PEIXE DELICIOSO

Uma amiga minha, de velhos carnavais,ligou-me dizendo que viria fazer-me uma visita, seria num domingo. Pensei com os meus botões: o que será que faço para o almoço, já que ela viria passar o dia aqui em casa! O que fazer ? Que tortura não! Aí pensei: Ah! já sei. Ela gosta muito de peixe. Tá aí, vou fazer um peixe ao molho com camarões.Resolvido o assunto fui ao supermercado comprei um peixe nobre,pois ela merecia tal recepção,há mais ou menos uns vinte anos que nós nos conhecemos era merecidamente comemorar.Comprei um ANCHOVA . Lá fui eu fazer o peixe. Fiz o peixe ao molho com leite de coco e camarões . Experimentei, hummmm...! que delícia!Meio apimentado então! Ela chegou e começamos a colocar o papo em dia, sabe como é não, a gente não se via há tempo. Servi o almoço e mal começei a saborear, porque quando uma comida está muito gostosa a gente tem que saboreá-la e não devorá-la . Mal começei a almoçar , fui mastigar um pedacinho de peixe , ah! meu Deus! entalou em minha garganta uma espinha que não pude mais almoçar pois tive que ir ao pronto socorro porque a "bitela" não saía de jeito nenhum! O que engoli de miolo de pão não dá nem prá contar, haja pão naquela hora .Não pudemos mais conversar porque o assunto do momento era a espinha entalada. Fui a um pronto socorro público pois eu estava sem convênio particular e já viu né, num domingo! Neste pronto socorro fiquei mais ou menos uma hora e meia esperando algum médico me atender. Me colocaram numa salinha e, pra todos efeitos, dava a impressão que estavam me atendendo. Lá fora ficou vazio mas lá dentro, nas salinhas era gente pra dedéu! E eu era mais uma destas que estava numa salinha. E nada de algum médico vir atender. As atendentes disseram que só havia um médico aquele dia de plantão e não estava dando conta de atender todos os pacientes. Sabe o que fiz? Olhei minha carteira tinha uns oitenta reais, saí dalí e fui para um outro pronto socorro,desta vez um particular. Chegando neste hospital expliquei qual era o problema e logo me adentraram à uma sala de espera. Deus meu! Não estava mais nem descendo água na minha garganta! Pânico total ! O médico me chamou, expliquei a ele o que fora o acontecido e ele logo foi anestesiando minha garganta. Examinou tim tim por tim tim, examinou por várias vezes e nada de achar a tal espinha. Disse em voz bem clara: "A senhora tem que procurar um endoscopista. Gente ...um endoscopista.... num domingo....me poupem....!
Nisto , lá fora na sala de espera, minha filha e esta minha amiga estavam falando sobre um vizinho dela que estava muito mal e os médicos já não davam mais esperanças para a família. Um certo dia um médico da equipe que cuidava deste homem chegou para os familiares e disse que ele não passaria das oito horas da manhã do dia seguinte. Logo pela manhã esta ninha amiga liga pra mim dizendo se eu iria ao enterro dele porque o médico já havia falado que ele não passaria daquele horário. Lá fui eu mas avisei minha filha: Olha estou indo num enterro de um vizinho da Sônia que irá falecer às oito horas. À tarde estou de volta. Minha filha: Mãe!!!! A sra vai no enterro duma pessoa que não morreu?!!! E sabem a que horas ele veio a falecer? Pasmem!!! Às vinte e uma horas do mesmo dia e não horário que o médico disse. É... ninguém é dono da verdade! Somente quando Aquele que comanda o universo que é o Cosmo o Ar que respiramos Deus.... quiser! Então , as duas estavam falando neste assunto do velório quando saí do consultório do médico. Ao ouvir este assunto , esboçei um sorriso e..kafff...kafff...tufff...tufff...cofff...cofff.... começei a tossir sem parar até que; eis que surge na minha mão a imponente, a astuciosa a danada a traidora que não deixou eu comer o peixe! Mas sabem porque ela saiu ? Foi porque ela sabia que eu não tinha dinheiro para um endoscopista porque paguei setenta reais pela consulta e me restaram dez para o fim do dia! Entrei, rapidamente no consultório do médico que me atendeu e mostrei a ele a danada, traidora
e ingrata espinha que não deixou eu saborear o peixe anchova. Ele se assustou e disse: Como ela saiu? Eu vi tudo e não a encontrei?! Olha se a senhora apostar numa loteria nesta semana a senhora ganha pois foi por sorte! Foi um milagre ela ter saído! Passei um sufoco aquele dia. Olha, meus amigos, não inventem de precisarem de atendimento médico público de saúde em finais de semana ou feriados porque , e roooçaaa!!! meu irmão!!!

sábado, 6 de novembro de 2010

R E F L E X Ã O

" Cada livro que você lê, tem alma. A alma de quem o escreveu e a alma dos
que o leram, que viveram e sonharam com ele."

Carlos Ruiz Zafón (Irene Ferreira Calado)




"Cada vez que um livro troca de mãos, cada vez que alguém passa os olhos
pelas suas páginas, seu espírito cresce e a pessoa, se fortalece."


Carlos Ruiz Zafón (Irene Ferreira Calado)

E agora, José?


"E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?..."

Carlos Drummond de Andrade


E agora, sr José Serra?
O que o sr irá fazer sem ser um político executivo?
O sr disse , em campanha política, que dá aulas para o ensino fundamental nas séries iniciantes mas duvido que o sr sobreviveria somente com o salário que estes , respeitáveis , professores recebem.
Digo isto porque me sinto revoltada depois de trabalhar ,arduamente, como professora PEB II.
Dei o sangue literalmente porque às vezes faltavam alguns servidores de serviços gerais e aí eu arregassava as mangas para ajudar limpar as salas de aula. Muitas destas vezes machuquei-me
e e por isso que falo que dei o sangue. Dei o sangue em duas formas, ora machucando-me , ora com os alunos, porque comigo ou eles aprendiam , ou aprendiam. Hoje estou aposentada há seis anos e cada vez mais me sinto traída pelos nossos governantes. Mas não arrependo-me nenhum pouquinho de ter lecionado tanto tempo. Sinto orgulhosa por isto. Fiz o que pude e mais um pouco porque quando alguns colegas falavam pra mim: "você tá louca, pra que esforçar-se tanto assim? Você sai e vai continuar tudo igual!..." Não...! Eu saí com um mísero salário mas quando encontro ex-alunos e colegas de escola... hum..! que orgulho! Eu sinto nos olhos deles que realmente eles sentem saudades de minha pessoa. Gostaria de saber sr. José Serra, se o sr conseguiria sobreviver com o salário que o sr. diz lecionar para as primeiras séries do ensino fundamental.
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